O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou nesta quarta-feira (9), no Programa “A Voz do Brasil”, que o Governo Federal está monitorando o setor elétrico brasileiro diariamente e traçando planos para que o país mantenha a sua segurança energética e o preço da energia no menor custo possível.
O país, que passa pela maior estiagem dos últimos 91 anos, está com níveis críticos de reserva hídrica em seus reservatórios estratégicos.
“Desde o ano passado, iniciamos a importação de energia da Argentina e Uruguai. Também autorizamos despachos de usinas termelétricas para preservar ao máximo os nossos reservatórios”, afirmou o magistrado.
Durante o programa, Albuquerque disse que haverá necessidade de gerenciamento da produção energética brasileira mesmo após o período de crise.
“Os nossos reservatórios funcionam como baterias para as hidrelétricas e o princípio é preservar o máximo possível de água, para quando alcançarmos o fim do período seco para gerar energia. Temos que ter potência para se contrapor ao pico de demanda”, comentou.
Sobre as tarifas em bandeira vermelha, que estão sendo aplicadas em grande parte do país, disse apenas que o custo de produção das termelétricas é mais pesado para o bolso do consumidor.
“Como estamos utilizando termelétricas, o custo da conta de energia está mais caro. Assim que voltarmos [não especificou previsão de data] o custo voltará a ser menor”, garantiu.
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O ministro ainda fez um apelo à população e pediu para que todos economizem energia dentro do possível neste momento. “Temos que nos conscientizar de que há um desafio a ser superado: a maior crise hídrica dos últimos 91 anos, mas temos todas as condições de superar esse desafio”.
Risco de racionamento?
Há menos de duas semanas, Albuquerque afirmou que o Brasil não corria risco de racionamento de energia. “Tudo indica que a situação está sob controle”, disse ele, em entrevista ao jornal O Globo. “Não há risco de racionamento de energia”, reforçou, pouco tempo depois, à CNN Brasil.
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As afirmações vieram acompanhadas da decisão da União de criar um gabinete de situação para acompanhar o andamento da crise energética no país. O grupo de trabalho foi organizado para trabalhar de maneira coordenada e articulada com outras instituições responsáveis pela governança do setor.
“O governo não vai ser pego de surpresa. Nós iniciamos a campanha de economia de eletricidade e do uso da água desde o fim do ano passado. Desde dezembro temos feito essas campanhas de comunicação, que serão intensificadas”, destacou o ministro, no final do mês passado.