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BYD e CTI Renato Archer vão desenvolver células solares de maior eficiência

Parceria entre as empresas promete acelerar o desenvolvimento tecnológico e a popularização da energia solar no Brasil
BYD possui uma fábrica em Campinas (SP), onde também está localizado o CTI Renato Archer. Foto: Divulgação.

A fabricante BYD Brasil e o CTI (Centro de Tecnologia da Informação) Renato Archer firmaram uma parceria para desenvolver células solares inovadoras que, baseadas na junção dupla entre células individuais de silício cristalino e materiais perovskita, irão resultar em um produto que aproveita melhor o espectro solar na conversão de luz em energia elétrica. 

“A Perovskita é um dos materiais semicondutores sintéticos mais promissores para a geração de energia solar. O desenvolvimento desta tecnologia, somada ao silício cristalino, será fundamental para darmos um salto na eficiência das células fotovoltaicas e, consequentemente, fazer a geração fotovoltaica ser ainda mais sustentável”, disse Murilo Bonetto. gerente de P&D da BYD. 

O pesquisador do CTI e responsável pelo projeto, Fernando Ely, explica que cada célula solar do painel fotovoltaico será configurada em um sistema de multi camadas empilhadas, também conhecido como tandem. Na estrutura proposta, a célula superior, de perovskita, será otimizada para coletar fótons de mais alta energia, enquanto a célula posterior, de silício, coletará fótons de mais baixa energia na faixa espectral onde possui máxima eficiência. 

Leia também: BYD pretende ampliar ainda mais a capacidade de fabricação local.

“Aproveitamos as diferentes características de absorção de luz de cada um destes materiais para gerar uma célula mais eficaz”, destaca Ely. “Estudos preliminares mostraram que, a partir dessa configuração das células é possível chegar a índices práticos de eficiência de fotoconversão finais superiores a 30%, com adequada combinação das sub-células de perovskita e de silício”, ressaltou.

O pesquisador também afirmou também que a produção destas células solares é considerada de baixo custo por utilizar a perovskita, material que demanda processos de manipulação menos onerosos. “O filme de perovskita da subcélula superior é produzido a partir de soluções químicas manipuladas a temperaturas relativamente baixas”, disse ele. 

Outra vantagem é que a fabricação da sub-célula perovskita pode ser feita a partir de qualquer arquitetura da célula de silício, o que “também reduz o custo, pois utiliza células comercialmente disponíveis”, esclareceu o pesquisador.

A BYD possui uma fábrica instalada na cidade de Campinas (SP), local no qual também está localizado o CTI Renato Archer. A cooperação entre as entidades foi simbolicamente firmada com uma visita do diretor do CTI e da equipe do Laboratório Aberto de Energia Fotovoltaica às instalações da BYD.

“A parceria entre a BYD e o CTI é uma importante iniciativa que vai acelerar o processo de desenvolvimento tecnológico da área fotovoltaica e ainda permitir que mais pessoas tenham acesso a fontes renováveis de energia. Estamos felizes com essa parceria”, comenta Jorge Silva, diretor do CTI Renato Archer. 

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Henrique Hein
Atuou no Correio Popular e na Rádio Trianon. Possui experiência em produção de podcast, programas de rádio, entrevistas e elaboração de reportagens. Acompanha o setor solar desde 2020.

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