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Célula híbrida gera eletricidade e armazena energia térmica

Combinação dos dispositivos opera com uma eficiência de utilização de até 14,9% 
Célula híbrida gera eletricidade e armazena energia térmica
Tecnologia foi batizada de MOST: sistemas de armazenamento de energia solar térmica molecular. Foto: Paulius Baronas/Divulgação

Pesquisadores do Departamento de Engenharia Química da Universidade Politécnica da Catalunha (UPC) desenvolveram uma célula fotovoltaica híbrida capaz de produzir eletricidade e armazenar energia térmica.

Essa nova tecnologia reduz a temperatura da célula, aumentando sua eficiência e durabilidade, além de introduzir uma forma mais sustentável de criar sistemas de armazenamento de energia.  

A tecnologia foi batizada de MOST: sistemas de armazenamento de energia solar térmica molecular. O MOST consiste em moléculas orgânicas que, quando irradiadas com fótons de energia, como a luz ultravioleta, passam por uma transformação química, armazenando energia para uso posterior. 

Uma característica do sistema é que essas moléculas também fornecem resfriamento à célula fotovoltaica, bloqueando os fótons que normalmente causam aquecimento e reduzem a eficiência. Dessa forma, o dispositivo permite tanto a geração de eletricidade quanto o armazenamento de energia química.

Da esquerda para a direita, os pesquisadores Paulius Baronas, Kasper Moth-Poulsen, Helen Hölzel e Lorette Fernandez no laboratório MOST da UPC. Foto: Paulius Baronas/Divulgação

Testes experimentais constataram uma eficiência de armazenamento de 2,3% para energia solar térmica molecular. A integração do sistema híbrido é capaz de reduzir a temperatura da célula em até 8 °C, reduzindo as perdas de energia devido ao calor e aumentando a eficiência em 12,6%.

A combinação dos dispositivos opera com uma eficiência de utilização de até 14,9%, o que representa uma melhoria em relação aos dois sistemas operando independentemente. 

Segundo os cientistas que trabalharam na pesquisa, a tecnologia é ainda mais sustentável do que os sistemas de armazenamento tradicionais, uma vez que não dependem de materiais escassos, pois o MOST utiliza elementos como carbono, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, se colocando como uma alternativa de armazenamento sustentável. 

A nova célula híbrida não só aumenta a eficiência da energia solar, mas também ajudará a reduzir a dependência de combustíveis fósseis e minimizar o impacto ambiental associado a outras formas de armazenamento de energia. 

A pesquisa recebeu 6,3 milhões de euros como fundo de financiamento. O estudo também envolve pesquisadores da University of Cambridge, no Reino Unido; Chalmers University of Technology, na Suécia, e Institute of Materials Science of Barcelona (ICMAB-CSIC).  Clique aqui para saber mais sobre a pesquisa.

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Wagner Freire
Wagner Freire é jornalista graduado pela FMU. Atuou como repórter no Jornal da Energia, Canal Energia e Agência Estado. Cobre o setor elétrico desde 2011. Possui experiência na cobertura de eventos, como leilões de energia, convenções, palestras, feiras, congressos e seminários.

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