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Células Tandem podem impulsionar aproveitamento da energia solar

Engenheiro da BYD destaca importância da combinação entre perovskita e silício, que abre uma cadeia de possibilidades

Autor: 29 de novembro de 2021Tecnologia e P&D
3 minutos de leitura
Células Tandem podem impulsionar aproveitamento da energia solar

Células de perovskita são produzidas, atualmente, ao nível laboratorial. Foto: reprodução

“As células Tandem entregam um resultado mais rápido, de eficiência superior e aproveitam toda a cadeia de silício num espaço de tempo menor do que apenas a perovskita trabalhada de maneira solo”.

Está é a análise de Eduardo Mendes, engenheiro de Produto da BYD. Durante webinário promovido pelo Canal Solar nesta terça-feira (23) ele discorreu sobre a importância das células fotovoltaicas duplas (conhecidas como Tandem), que podem dar um impulso no aproveitamento da solar para a geração de eletricidade.

O que são estas células? Ao invés de se utilizar uma única camada absorvedora formada por silício ou perovskita, por exemplo, pesquisadores descobriram como fabricar um dispositivo duplo, ligando as duas em série (in tandem), um esquema no qual elas funcionam de forma cooperativa, aproveitando uma maior faixa do espectro solar.

“Então, por que a BYD, CTI (Centro de Tecnologia da Informação) Renato Archer e diversas empresas apostam nas células Tandem antes de ter uma pura de perovskita? Além de serem complementares com relação à absorção da radiação solar, consegue-se aproveitar toda a cadeia produtiva do silício, que já possui toda uma estrutura montada ao nível industrial”, explicou.

Leia mais: BYD e CTI Renato Archer vão desenvolver células solares de maior eficiência

De acordo com Mendes, com este tipo de solução híbrida, “podemos alcançar uma eficiência superior a 32% e ainda temos a possibilidade de trabalhar apenas com a perovskita e montar sobre substratos flexíveis. Ou seja, abre-se uma cadeia enorme de possibilidades com este produto”.

“Gosto de fazer um comparativo com o carro híbrido. Até se montar toda uma estrutura no Brasil para ter o veículo elétrico, você terá também um carro híbrido que vai entregar as duas soluções, tanto a parte elétrica – para pequenos trajetos – tanto a combustão – para trajetos maiores, onde você ainda não tem a estrutrura mas passará a ter com o tempo”, exemplificou.

Desafios da perovskita

Ao longo do webinário, o especialista discorreu ainda sobre os principais desafios para que a perovskita ganhe cada vez mais espaço no mercado fotovoltaico. Para ele, atualmente, o principal motivo é que a célula desenvolvida tenha maior estabilidade.

“Estudos mostram que a perovskita consegue manter sua eficiência, de 25.5%, apenas durante 2 mil horas, por enquanto. Este é o principal gargalo da aplicação perovskita em produção em massa. Temos que descobrir, nos próximos anos, por meio de pesquisas e testes, como deixaremos esta célula mais estável”, apontou.

Um segundo item, para fazer com que a perovskita seja produzida em escala industrial (hoje é ao nível laboratorial) é a questão da produção em escala.

“Atualmente, existem diversas maneiras de produzir em laboratório e diversas manerias de se testar esse tipo de tecnologia. No caso, teremos que ter uma padronização neste processo produtivo. Teremos que ter uma estabilização em laboratório, primeiro, para depois trazemos isso ao nível industrial, onde tem que ter repetibilidade”, ressaltou o engenheiro da BYD.

“O terceiro desafio é a eficiência. Tal fator é o que está chamando atenção no mundo para as células de perovskita. Há um desenvolvimento muito rápido da eficiência destas células, quatro vezes mais rápido que o silício”, concluiu.

Leia mais: Pesquisadores apontam vantagens da perovskita frente ao silício

Mateus Badra

Mateus Badra

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020. Atualmente, é Analista de Comunicação Sênior do Canal Solar e possui experiência na cobertura de eventos internacionais.

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