Energia não pode ser apenas mais uma commodity, afirma dirigente da CNI

Presidente do Conselho de Política Industrial da entidade defendeu a transição energética para tornar o Brasil mais competitivo
Energia não pode ser apenas mais uma commodity, afirma dirigente da CNI
Primeira reunião do Copin em 2025. Foto: Gabriel Pinheiro/Agência de Notícias da Indústria

O presidente do Copin (Conselho de Política Industrial) da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Léo de Castro, afirmou, nesta segunda-feira (24), que a energia é o caminho para o Brasil se tornar mais competitivo em todas as frentes.

“O Brasil precisa ter a preocupação de não fazer da energia só mais uma commodity. Pelo contrário, a gente tem que trazer a cadeia para cá e criar competitividade para ela”, disse ele.

O tema foi um dos destaques da primeira reunião do Copin em 2025, que discutiu o futuro da agenda energética para uma indústria competitiva e sustentável. 

Castro ressaltou que o Brasil tem avançado na agenda energética com ações para ampliar o acesso das indústrias ao Mercado Livre de Energia e diminuir as taxas da CDE (Contribuição ao Desenvolvimento Energético).

No entanto, o segmento ainda é um importante desafio e, por isso, a energia foi escolhida como um dos principais temas transversais da CNI para a agenda de 2025. 

Na reunião, o presidente da ABRACE (Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres), Paulo Pedrosa, apresentou um estudo que aponta os caminhos necessários para que a transição energética seja um fator de transformação da sociedade e da economia brasileira.

Brasil tem potencial para ser hub global de descarbonização

O levantamento da PwC Strategy& destaca que o Brasil tem condições privilegiadas para se tornar um hub global de descarbonização, especialmente diante da matriz elétrica limpa e do potencial para exportação de produtos industriais de baixo carbono.

A realização da COP30 no Brasil também se apresenta como uma oportunidade única para firmar acordos internacionais e atrair investimentos para setores industriais sustentáveis.

O estudo aponta a necessidade de um pacto nacional envolvendo setor público, privado e sociedade civil, com a adoção de medidas estruturais, tais como:

  • Desburocratização e simplificação tributária;
  • Regulação do mercado de carbono e criação de mecanismos de ajuste de fronteira;
  • Políticas para eletrificação industrial;
  • Redução do custo de capital e estímulo ao financiamento da transição;
  • Investimentos em infraestrutura e incentivo às cadeias produtivas nacionais;
  • Diminuição dos encargos do setor energético para aumentar a competitividade da indústria.

Caso as medidas propostas sejam implementadas, o impacto sobre a economia nacional pode ser expressivo. O estudo estima um acréscimo de R$ 1 trilhão ao PIB (Produto Interno Bruto), a criação de 3 milhões de empregos até 2030, um aumento de 10 GWm no consumo elétrico e uma redução de 100 milhões de toneladas de CO² na atmosfera.

“O Brasil está desperdiçando um potencial de energia competitiva. A nossa energia poderia ter 40,50% a menos de custo se nós não carregássemos nas tarifas de energia custos que não têm mais natureza de energia e que tiram a sua competitividade da energia”, destacou Pedrosa.   

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Henrique Hein
Atuou no Correio Popular e na Rádio Trianon. Possui experiência em produção de podcast, programas de rádio, entrevistas e elaboração de reportagens. Acompanha o setor solar desde 2020.

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