Segundo o MME (Ministério de Minas e Energia), os brasileiros tiveram redução dos custos relacionados à energia elétrica nos três primeiros meses deste ano.
O levantamento foi realizado pelo Órgão, após fazer um balanço das exportações de energia elétrica do Brasil para Argentina e Uruguai, a partir de dados da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) e do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).
A pesquisa indicou que a atividade comercial deve proporcionar uma arrecadação de cerca de R$ 500 milhões em receitas, no primeiro trimestre de 2023, aliviando os custos nacionais do sistema elétrico e se revertendo em modicidade tarifária.
“Esse valor considera a recuperação da receita fixa paga pela população às usinas termelétricas que exportam energia, a venda da energia hidrelétrica excedente e o pagamento, pelos envolvidos na exportação, para o uso do sistema de transmissão”, explicou o MME.
“Só neste último caso, a título de EUST (Encargos do Uso do Sistema de Transmissão), foram arrecadados cerca de R$ 150 milhões nos três primeiros meses. Essa arrecadação provocará uma redução no pagamento destes tipos de custos dentro do país”, completaram.
De acordo com o Ministério, outros R$ 350 milhões foram arrecadados dentro do MRE (Mecanismo de realocação de Energia), dos quais, em torno de R$ 90 milhões serão destinados aos consumidores regulados brasileiros.
Para Alexandre Silveira, Ministro de Minas e Energia, esses números mostram o esforço do governo brasileiro em aproveitar os níveis elevados dos reservatórios do país e os excedentes para exportar energia aos países vizinhos.
“É uma atuação sempre focada no que podemos oferecer de melhor para a nossa população por meio de maior segurança energética e menores preços nas contas de energia”, destacou.
‘Exportação beneficia a todos’
Ainda conforme o levantamento, cerca de R$ 25 milhões já foram pagos pelas usinas termelétricas que exportaram aos consumidores regulados, a título de recuperação da receita fixa. Mensalmente, a população paga às usinas termelétricas contratadas para que estejam disponíveis a gerar quando da necessidade eletroenergética.
“Como as condições de suprimento de energia elétrica estão favoráveis, sem necessidade de geração de importantes blocos termelétricos, devido aos custos associados, essas usinas podem gerar para exportação aos países vizinhos e arcam com o pagamento associado à receita fixa, de modo a compensar os consumidores que as contrataram”, apontou o MME.
Gentil Nogueira, secretário de Energia Elétrica do MME, ressaltou que a exportação de eletricidade é um processo em que todos os envolvidos são beneficiados, sejam os consumidores, os geradores, os comercializadores e as partes importadoras. “Continuaremos trabalhando permanentemente em prol da integração energética do Brasil com os países vizinhos”, concluiu.
Dados de exportação
Segundo dados do ONS, os reservatórios nacionais alcançaram os melhores níveis de armazenamento do SIN (Sistema Interligado Nacional) da última década, ultrapassando os 85%.
Esse cenário permitiu a exportação, em março, de 1.138 MWmed de energia proveniente de usinas hidrelétricas para a Argentina e de 482 MWmed para o Uruguai.
Além desses montantes, a partir de 12 de março, o Operador apontou que exportação também foi proveniente de usinas termelétricas que não estavam sendo utilizadas para atendimento ao SIN, agregando mais 269 MWmed para a Argentina.