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Fator de simultaneidade será peça chave para crescimento acelerado da GD

Bernardo Marangon fala sobre como fica a viabilidade da geração distribuída solar com a Lei 14.300

Autor: 19 de janeiro de 2022julho 23rd, 2022Mercado
4 minutos de leitura
Fator de simultaneidade será peça chave para crescimento acelerado da GD

"Nova regra tem um impacto importante na economia que o cliente terá". Foto: Entato Elements

Com as novas mudanças de regras de compensação de energia, teremos que nos atentar agora ao fator de simultaneidade, que poderá influenciar decisões de projeto. Este fator será peça chave para o crescimento acelerado da GD (geração distribuída) fotovoltaica.

Está é a análise de Bernardo Marangon, especialista em mercados de energia elétrica e diretor da Exata Energia. Durante o webinário Lei 14.300/2022: como fica a viabilidade da geração distribuída solar?, promovido pelo Canal Solar nesta terça-feira (18), ele comentou sobre a importância do fator de simultaneidade na nova regra e destacou o papel do armazenamento para viabilizar os projetos.

Assista na íntegra o webinário

“A nova lei é pior que a regra atual, prevista na Resolução 482 (Resolução Normativa n.º 482/2012). Quem puder aproveitar a janela de 2022, aproveite, corra atrás para conseguir avançar com os projetos. Para o futuro, a palavra é simultaneidade”, disse.

“Ou seja, você gerou energia por meio do seu gerador, no caso a solar fotovoltaica. Se você consumiu instantaneamente, não mandou para a rede, você tem uma simultaneidade com a sua geração. No caso, evita que precise da rede e faz com que o impacto da nova regra seja atenuada”, relatou Marangon.

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Segundo o especialista, para aumentar a simultaneidade pode-se, por exemplo, fazer um projeto menor – conseguindo gerar e consumir eletricidade ao mesmo tempo – e mudar o comportamento da carga – colocando mais carga no momento em que o fotovoltaico estará gerando. Isto é, mudar a caraterística do consumo.

“Então, tentar consumir mais eletricidade quando a usina solar estiver gerando mais ou utilizando a tecnologia do armazenamento. Essa energia solar excedente que você precisaria injetar na rede, você vai carregar a sua bateria. E nos momentos em que não estiver gerando, você descarrega a bateria. Isso aumenta a simultaneidade”, explicou.

Do ponto de vista de inovações no setor elétrico, o armazenamento é o que está recebendo mais investimentos nos últimos anos, de acordo com o diretor da Exata. “Teremos um aumento no custo do serviço da rede e uma diminuição do custo de investimento da bateria. Aposto que essa década vai ser o da tecnologia de armazenamento. Temos que estar preparados para aproveitar esta nova tendência”, enfatizou.

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Viabilidade da GD

Referente a viabilidade da GD fotovoltaica com a Lei 14.300, Marangon ressaltou que o setor ainda está no modelo atual e que, portanto, isso só será discutido no início do ano que vem. “Porém, a certeza que temos é que a nova regra tem um impacto importante na economia que o cliente terá”.

“Mais para frente será preciso estudar e buscar novas alternativas. Penso que esse mercado é tão forte que encontraremos com certeza viabilidade para os projetos no futuro, apesar da mudança das normas”, esclareceu.

“Toda mudança gera medo, mas à medida que vamos evoluindo, encontramos alternativas. Às vezes a solução pode até ser um financiamento subsidiado que ajude a viabilizar os projetos. O importante é termos consciência dos impactos da mudança e pensar nas soluções para seguirmos crescendo”, destacou o executivo.

Futuro

Na visão de Marangon, no ano de 2023, em fevereiro mais ou menos, será preciso analisar como a situação econômica do país estará. “Teremos início de um novo mandato e questões como dólar, inflação e a SELIC devem ser monitoradas. Veremos se ainda vamos ter esse cenário de inflação alta que acaba pressionando a SELIC. SELIC alta faz com que os investidores busquem papéis de renda fixa, diminuindo o investimento na economia real”.

Do ponto de vista global, ele comentou que talvez 2023 seja marcado por uma tranquilidade em relação à pandemia. “Eu espero. Isso provavelmente ajudará o mundo a se organizar novamente comercialmente e não ter problema de falta de fornecimento – fator que acabou fazendo com que o preço em dólar dos equipamentos fotovoltaicos subisse”.

Outro ponto que deve colaborar, na visão do especialista, é a luta da Europa e dos Estados para serem menos dependentes do produto chinês. “Estamos vendo alguns fabricantes europeus e americanos recebendo bastante incentivo para crescer. Talvez mais concorrência no mundo dos equipamentos ajude a reduzir o preço”, concluiu.

Mateus Badra

Mateus Badra

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020. Atualmente, é Analista de Comunicação Sênior do Canal Solar e possui experiência na cobertura de eventos internacionais.

2 comentários

  • Heribert J M Geib disse:

    O que se entende como “moderação”?
    Esta observação se lê em grande parte da mídia dominadora esquerdista que busca oprimir, censurar e cancelar a livre expressão e o debate objetivo!

  • Heribert J M Geib disse:

    Simultâneo merece ser ampliado por continuo, para compensar a ausência de geração.
    O fator de baixa eficiência de painéis precisa ser mencionada para fins comparativos como também destacar que painéis não são “renováveis” e baterias começam a ser recicladas.
    As influências da China se expressam tanto na política exterior equivocada dos países ocidentais, permitindo a dependência e espionagem industrial, como na eclosão de uma “epidemia fabricada” com fins políticos, combinada com uma subversão da liberdade no mundo ocidental. De fato não se observa uma luta contra a dependência mas sim, uma reversão de políticas estratégicas erradas. A Austrália mostrou no caso do carvão que ameaças da China podem ser esvaziadas com decisões inteligentes. O mundo se voltou contra a agressividade da China.

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