O Projeto de Lei que está em tramitação no Congresso e que pretende regulamentar o Mercado de Carbono no Brasil poderá, caso seja aprovado e vire lei, gerar cerca de oito milhões de novos empregos e somar R$ 2,8 trilhões ao PIB (Produto Interno Bruto) nacional até 2030.
Essa é a principal conclusão de um estudo realizado pela Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, que destaca também que o adiamento da aprovação do texto em Brasília (DF) não só atrasa o desenvolvimento deste mercado, como reduz as chances do país cumprir o acordo firmado com outros nações de reduzir em 50% as emissões de gases tóxicos até o final da década.
“O Brasil será sede da Conferência do Clima das Nações Unidas daqui a dois anos, e seria coerente que nosso Mercado de Carbono estivesse regulamentado e trazendo bons resultados ao país”, avalia Paulo Bertolini, diretor-geral da APCER Brasil, certificadora de origem portuguesa com atuação global.
Bertolini acrescenta que a regulamentação traz mais segurança para comerciantes e consumidores brasileiros. “Caso seja um país ou empresa que precise comprar crédito de carbono, é muito mais lógico optar pela compra de um país com mercado regulamentado, pois isso traz a garantia de que para serem comercializados, os créditos passaram por avaliações rigorosas”.
Para Rita Ferrão, presidente da ABCARBON (Associação Brasileira de Crédito de Carbono e Metano), a regulamentação deste mercado pode fazer do Brasil uma potência verde.
“Existem várias razões pelas quais alguns países podem enfrentar dificuldades para atingir suas metas ambientais, como desafios econômicos, dependência de combustíveis fósseis, políticas e governança deficientes, dificuldades tecnológicas e de infraestrutura, pressões socioeconômicas e demográficas”, comentou.
Há duas semanas, o Canal Solar também publicou uma reportagem com um estudo da CCS Brasil que, basicamente, concluiu que o mercado de carbono no Brasil só vai se desenvolver se passar por regulamentações e receber incentivos.