O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) apresentou na última quinta-feira (26) um balanço da operação do SIN (Sistema Interligado Nacional) no primeiro semestre de 2025 e apontou as principais medidas previstas para os próximos meses.
A divulgação ocorreu durante a reunião do PMO (Programa Mensal da Operação) de julho, realizada em formato híbrido, com retomada presencial na sede do Operador, no Rio de Janeiro, algo que não acontecia desde 2020.
Um dos principais destaques do encontro foi o anúncio de uma solução provisória para a nova configuração do SEP (Sistema Especial de Proteção) da subestação Xingu, no Norte do país.
A medida, segundo o diretor-geral do ONS, Marcio Rea, permitirá aumentar em até 1.500 MW o escoamento noturno de energia renovável não-hídrica, como eólica e solar, do Nordeste para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste (900 MW) e Norte (600 MW).
O incremento, que entra em operação já neste sábado (28), poderá reduzir a necessidade de acionamento de termelétricas nos horários de maior demanda de potência. Além disso, o reforço na malha de transmissão deverá beneficiar a chamada “safra dos ventos” de 2025, que começa em julho, ao ampliar a capacidade de escoamento da energia eólica gerada no Nordeste.
Até o fim de julho, o ONS também prevê a implementação de um segundo ajuste no SEP dos Bipolos do Xingu, com foco no período úmido. A expectativa é de que, junto com outras quatro obras de transmissão previstas ainda para este ano, essas medidas mitiguem restrições à geração renovável e possibilitem uma operação mais eficiente.
O Operador também indicou que, com uma nova base de dados dos modelos eólicos e fotovoltaicos, será possível reavaliar os limites de intercâmbio entre regiões e estudar novos ganhos também para o período diurno.
Condições hidrológicas
O balanço do primeiro semestre de 2025 também trouxe uma análise detalhada sobre as condições hidrológicas enfrentadas pelo Sistema Interligado Nacional. Segundo o ONS, o período úmido 2024/2025 foi marcado por chuvas irregulares e abaixo da média histórica, exigindo uma atuação estratégica para preservação dos reservatórios.
Apesar das adversidades, os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Norte encerraram junho com níveis de armazenamento superiores aos registrados em janeiro, o que fortalece a segurança do fornecimento de energia durante o período seco.
A região Sul, no entanto, demandou atenção especial. Foi o subsistema que enfrentou as menores afluências, impactando tanto a gestão de seus reservatórios quanto o atendimento da carga. Em junho, a recuperação parcial ocorreu com a chegada de chuvas mais volumosas, mas o ONS reforça a importância do papel do Sul no atendimento à ponta noturna – especialmente entre setembro e dezembro, quando cresce a necessidade de fontes despachaveis e de rápida resposta.
De acordo com Alexandre Zucarato, diretor de Planejamento do ONS, esse contexto torna as hidrelétricas do Sul essenciais para garantir a estabilidade do sistema nesse período.
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