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Setor marítimo exigirá 50 milhões de toneladas de H2V para alcançar net zero

Descarbonização precisa ter abordagem colaborativa, envolvendo governos e organizações internacionais, diz IRENA

Autor: 20 de janeiro de 2023Mundo
3 minutos de leitura

A indústria de transporte marítimo contribui com 3% das emissões mundiais de gases de efeito estufa e depende de combustíveis fósseis. Representando mais de 90% do volume do comércio global, o segmento é considerado a espinha dorsal da economia mundial.

À medida que os negócios se expandem, prevê-se que as emissões aumentem cada vez mais. Segundo a IRENA (Agência Internacional de Energia Renovável), se a indústria naval deseja seguir o caminho rumo à emissão zero, é necessária uma ação urgente coordenada e abrangente.

Francesco La Camera, diretor-geral da IRENA, destacou o papel crítico que os combustíveis verdes à base de hidrogênio podem desempenhar na descarbonização bem-sucedida da indústria naval, afirmando que “até meados deste século, o setor exigirá cerca de 50 milhões de toneladas de hidrogênio verde por ano para o fornecimento de amônia e metanol necessários”.

Em 14 de janeiro, em sua 13ª Assembleia em Abu Dhabi, a IRENA organizou uma mesa redonda ministerial para facilitar uma conversa entre a indústria de transporte marítimo e os governos sobre as ações prioritárias necessárias para descarbonizar o setor de transporte marítimo.

A mesa redonda, intitulada “Descarbonização do transporte marítimo: o papel dos portos na abordagem da oferta, demanda e comércio de combustíveis de base renovável”, discutiu formas de garantir o fornecimento de combustíveis marítimos de base renovável e estabelecer estruturas facilitadoras para facilitar o comércio e o transporte dos mesmos.

“A descarbonização deste segmento precisa ter uma abordagem colaborativa, envolvendo a indústria naval global, governos e organizações internacionais. A hora de agir é agora e a IRENA está pronta para fazer sua parte e apoiar nossos membros para materializar a ambição em ação”, disse La Camera.

Estratégias e planos nacionais

A mesa redonda serviu ainda de plataforma para os ministros discutirem estratégias e planos nacionais para o setor. Teresa Ribera, ministra de Energia da Espanha, revelou as metas de seu país para desenvolver combustíveis marítimos renováveis.

“Estamos trabalhando em projetos emblemáticos no sul da Espanha para produzir H2V, metanol e amônia. Estabelecer uma estrutura abrangente será crucial para o desenvolvimento de hidrogênio verde,” afirmou.

A sessão também discutiu o papel dos portos na criação das condições necessárias para acelerar a demanda por esses combustíveis. Tom HauteKiet, diretor comercial do Porto de Antuérpia-Bruges, disse que 80% do investimento necessário para realizar a transição de energia verde no transporte marítimo terá que ser feito no lado terrestre e isso também afeta os portos.

“Uma maneira pela qual os portos podem impactar o movimento de transporte marítimo verde é investindo na descarbonização de sua própria frota de serviços e embarcações operacionais”, acrescentou.

Geoffrey R. Pyatt, secretário de Estado Adjunto e Recursos Energéticos dos EUA pontuou que os governos precisarão desempenhar um papel fundamental na descarbonização dos portos, investindo em tecnologias mais limpas.

Em seu governo, ele se comprometeu com metas ambiciosas de redução de emissões marítimas, o que exigirá os recursos e experiência de várias agências federais para trabalhar em conjunto.

“A lei de infraestrutura bipartidária inclui US$ 17 bilhões para ajudar a eletrificar e descarbonizar os portos dos EUA e aumentar a pesquisa e o desenvolvimento de baterias avançadas para aplicações marítimas e combustíveis de emissão zero”, concluiu.

Mateus Badra

Mateus Badra

Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020. Atualmente, é Analista de Comunicação Sênior do Canal Solar e possui experiência na cobertura de eventos internacionais.

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