Representantes da ABGD (Associação Brasileira de Geração Distribuída) e do Instituto Totum assinaram o termo que inclui a GD (geração distribuída) fotovoltaica no Programa Brasileiro de Energia Renovável. A assinatura foi realizada durante o 12º Fórum de Geração Distribuída Sudeste.
O evento, realizado na capital paulista pelo Grupo FRG, ocorre anualmente e reúne provedores de soluções, EPCs, integradores, distribuidores, fabricantes, profissionais e acadêmicos que têm em comum a atuação direta ou indireta na geração distribuída oriunda de fontes renováveis de energia.
O Instituto Totum é o certificador acreditado pela Secretaria de Previdência Social , que emite certificado de energia renovável, o I-RECs (International REC Standard).
Com isso, o consumidor pode comprovar que a energia consumida é proveniente de fontes renováveis. A certificação pode ser emitida para fontes renováveis eólica, solar, hidráulica e biomassa.
Para obter o I-REC, o consumidor se baseia na quantidade de energia que utiliza. Cada REC representa uma unidade de geração de energia renovável (1 REC = 1 MWh).
Para Fernando Lopes, diretor do Instituto Totum, a importância do programa de certificação é a garantia da origem da energia produzida e comercializada. “A partir de agora a GD, que é a geração descentralizada, passa a ser um componente importante dentro do programa”, avaliou Lopes.
Segundo o presidente da ABGD, Guilherme Crispim, a certificação não só traz maior confiança para o consumidor, mas também trará mais competitividade para as empresas e as indústrias do segmento.
“O Instituto Totum é a única instituição no Brasil, hoje, que tem essa permissão. Isso também valida muito a nossa relação de parceria, pois com isso podemos ofertar aos nossos associados e para o mercado essa possibilidade de certificação”, declarou Crispim.
O executivo adiantou ainda que existem outros projetos em parceria com o Instituto Totum. “Estamos trabalhando em conjunto com os certificados do integrador e instalador. É uma parceria de muitas outras ações”, adiantou.
Para o vice-presidente da ABGD, Carlos Café, o certificado de energia renovável traz estabilidade e valor agregado a todo quilowatt hora produzido no sistema.
“Poderemos comercializar esses créditos dando o devido valor ambiental e energético. Criar ferramentas como “blockchain” e moedas virtuais. Enfim, existem várias possibilidades de trazer esses certificados renováveis para o mercado, garantindo que aquela energia realmente é limpa e está sendo produzida por uma unidade renovável”, destacou Café.
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Como obter uma certificação I-REC?
É possível adquirir certificados de energia renovável na mesma quantidade da energia consumida pela empresa. Cada I-REC representa uma unidade de geração de energia renovável.
O ciclo de certificação no REC Brazil funciona da seguinte forma: o empreendimento deve aderir ao Regulamento do REC Brazil e assinar um contrato com o Instituto Totum, gerenciador da certificação.
O empreendimento apresentará seu nível de aderência em relação a pelo menos cinco dos 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU (Organização das Nações Unidas), sendo auditado de forma documental e remota pelo Instituto Totum.
Após uma auditoria, caso os resultados estejam de acordo com os critérios do Programa (cada fonte de energia possui uma Norma Técnica específica), o processo é enviado para uma Comissão de Certificação, que faz a deliberação final do processo.
A partir da certificação inicial, o empreendimento pode solicitar a emissão de RECs com base na sua geração efetiva de energia comprovada pelos relatórios de medição da CCEE – conforme regras do IREC Standard.