Emissões globais de CO2 devem bater recorde em 2023, diz relatório

Essa é a principal conclusão do novo estudo anual da Global Carbon Project no âmbito da COP-28
Emissões globais de CO2 devem bater recorde em 2023, diz relatório

As emissões de carbono voltaram a crescer em todo o mundo e deverão atingir um novo recorde em 2023, mesmo com todas as advertências de cientistas e do consenso geral das pessoas sobre a importância de se combater o aquecimento do planeta. 

Essa é a principal conclusão do novo relatório anual “Global Carbon Budget”, divulgado pelo Global Carbon Project no âmbito da COP-28

O estudo prevê que as emissões de CO2 provenientes de combustíveis fósseis ultrapassem a marca de 36,8 bilhões de toneladas neste ano, um volume 1,1% acima do registrado em 2022.

Contudo, quando as emissões de CO2 fóssil e as emissões da mudança no uso da terra são somadas, o total deve aumentar para 40,9 bilhões de toneladas ao final de 2023. 

O número geral é superior ao de 2022, quando teriam sido emitidas 40,6 bilhões de toneladas, o que confirma a distância que persiste em relação às metas climáticas globais a serem cumpridas, que deveriam ser “urgentes”, segundo o relatório.

A pesquisa destaca também que as emissões observadas neste ano sugerem que as concentrações atmosféricas de CO2 atingiram, em média, 419,3 partes por milhão, cerca de 51% acima dos níveis pré-industriais.

Além disso, segundo o estudo, se os atuais níveis persistirem, existe uma probabilidade de 50% de que a temperatura global do mundo ultrapasse, em sete anos, o limite normalizado de até 1,5°C acima dos níveis térmicos da era pré-industrial.

No entendimento do relatório, todos os países precisam descarbonizar suas economias mais rapidamente do que no presente para evitar os piores impactos das mudanças climáticas.

De acordo com os indicadores, as emissões de CO2 em 2023 devem aumentar na Índia (8,2%) e na China (4,0%), e diminuir na União Europeia (-7,4%), nos Estados Unidos (-3,0%) e no resto do mundo (-0,4%). Por tipo de fonte, projeta-se que as emissões globais de carvão (1,1%), petróleo (1,5%) e gás (0,5%) aumentem.

“São números assustadores, resultado de anos de omissão daqueles que poderiam, mas se omitem em implementar as soluções para a crise do clima. Estamos diante de um anúncio claro de mais desastres climáticos”, disse Marcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima.

O relatório da Global Carbon Project é produzido anualmente por uma equipe de mais de 120 cientistas de instituições e universidades de mais de 90 países. O estudo chegou a sua 18ª edição em 2023 e fornece uma atualização sobre as emissões de C02 no planeta e seus eventuais efeitos para o planeta.  

Compromisso global

Durante a COP 28, realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, um grupo de 118 países – incluindo o Brasil – se comprometeu a triplicar suas capacidades para energias renováveis até 2030, em razão de todos os problemas envolvendo o clima. 

O movimento foi liderado por potências como a União Europeia, Estados Unidos e Emirados Árabes Unidos. Além do Brasil, países como Austrália, Japão, Canadá, Chile e Nigéria também assinaram o pacto global.

No encontro mundial do clima, o Brasil anunciou que investirá mais de R$ 20 bilhões para financiar projetos voltados para o fomento das energias renováveis, bioeconomia e descarbonização da indústria. 

https://canalsolar.com.br/cop-28-brasil-e-mais-de-100-paises-prometem-triplicar-producao-de-energias-limpas-ate-2030/

Imagem de Henrique Hein
Henrique Hein
Atuou no Correio Popular e na Rádio Trianon. Possui experiência em produção de podcast, programas de rádio, entrevistas e elaboração de reportagens. Acompanha o setor solar desde 2020.

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