ANEEL recebeu quase 23 mil ligações de consumidores no dia do apagão em SP

Superintendente da Agência disse que muitos consumidores afetados não conseguiram ser atendidos pela Enel
ANEEL recebeu 23 mil ligações de consumidores no dia do apagão em SP

O superintendente de mediação administrativa e de relações de consumo da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), André Ruelli, disse, nesta quinta-feira (22), que a entidade recebeu quase 23 mil ligações de consumidores que ficaram energia no dia 3 de novembro do ano passado.

A data mencionada pelo executivo, em um workshop realizado pelo órgão regulador, se refere ao apagão que deixou milhões de consumidores sem acesso à luz por vários dias na região da Grande São Paulo, onde a Enel é a empresa responsável pelo serviço de distribuição.

Ruelli disse que a ANEEL possui um procedimento interno (sistema operacional) que trata de grandes ocorrências na rede, no qual as distribuidoras informam quando há um evento de maior abrangência sistêmica e, automaticamente, a Agência carrega uma mensagem audível em sua base de dados, ficando informada sobre a situação.

No dia 3 de novembro, recebemos em um curto espaço de tempo quase 23 mil ligações (de consumidores), sendo que a nossa central está direcionada para receber de 4 mil a 6 mil ligações por dia”, revelou o profissional.

De acordo com Ruelli, naquele dia quase 90% das ligações foram transferidas para o atendimento humanizado da Agência. “Nesses momentos de crise, o consumidor que não consegue ser atendido pela distribuidora, por causa de uma sobrecarga de ligações em um curto espaço de tempo, busca pelo ente regulador (ANEEL)”, disse ele.

Além de falar sobre os canais de atendimento das distribuidoras, Ruelli também ressaltou durante o evento a importância de haver, nos dias atuais, uma colaboração mútua entre distribuidoras e os órgãos do poder público para minimizar problemas envolvendo tempestades de grande magnitude.

CPI da ENEL

Também nesta quinta-feira, o presidente da Enel em São Paulo, Max Xavier Lins, disse, em depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) instalada na Câmara de São Paulo para apurar a atuação da distribuidora, que a resposta da empresa ao apagão do dia 3 de novembro foi “bem-sucedida”.

Max Xavier Lins (com o microfone) na CPI da Enel. Foto: Câmara de São Paulo/YouTube/Reprodução

O executivo afirmou que quase 60% dos consumidores afetados tiveram a energia restabelecida após 24 horas do evento climático extremo e que a empresa também ampliou o número de equipes de atendimento, fazendo um “esforço sobre-humano” para normalizar a operação.

“Precisamos desmistificar os fatos das narrativas. Evidentemente, teve sim uma quantidade pequena (de consumidores que ficaram sem energia por mais tempo), onde a mídia vai lá e mostra. Entendemos o transtorno para esse cidadão. Mas, tecnicamente, foi uma operação bem-sucedida de restabelecimento”, disse ele.

Multada pela ANEEL

Na primeira semana de fevereiro, a ANEEL aplicou uma multa no valor de R$ 165,8 milhões à Enel por falhas na prestação de serviços, sobretudo no apagão do dia 3 de novembro de 2023.

De acordo com a Agência Reguladora, a distribuidora descumpriu o contrato de concessão da rede elétrica paulista ao não garantir energia aos moradores afetados pelo temporal que atingiu a cidade.

Além disso, a ANEEL constatou que houve demora da distribuidora para alocar equipes para atendimento à ocorrência – uma vez que embora a tempestade tenha ocorrido em 3 de novembro, apenas três dias depois é que houve um aumento significativo da quantidade de equipes da concessionária em campo.


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Imagem de Henrique Hein
Henrique Hein
Atuou no Correio Popular e na Rádio Trianon. Possui experiência em produção de podcast, programas de rádio, entrevistas e elaboração de reportagens. Acompanha o setor solar desde 2020.

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