Com o propósito de oferecer energia limpa e soluções elétricas, a fabricante de módulos fotovoltaicos BYD tem investido na parceria com a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), por meio do PADIS (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores).
O projeto preconiza melhorias contínuas nos processos de fabricação, proporcionando a introdução de novos produtos no mercado nacional e a garantia de alta qualidade, dentro de padrões internacionais de manufatura.
O resultado dessa parceria foi a criação de um laboratório com função de realizar estudos e testes na área de degradação e desempenhos dos módulos fotovoltaicos que, segundo Marcelo Gradella Villalva, professor doutor da FEEC (Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação) da Unicamp, agora conta com diversos equipamentos que antes não eram acessíveis aos pesquisadores brasileiros e só podiam ser encontrados em laboratórios internacionais.
O convênio com a Unicamp foi estabelecido um ano após o início da fábrica de módulos da BYD no Brasil e a sua inscrição no PADIS ocorreu em 2016 e vem sendo renovado anualmente desde então. “São investimentos importantíssimos na formação de pessoas em um país tão carente de recursos para a ciência”, destaca Villalva.
A atuação da equipe de professores responsáveis explora diversas áreas deste desenvolvimento como, por exemplo, foco em pesquisas na área de novos materiais para o aumento da eficiência de células cristalinas, e de células fotovoltaicas sensibilizadas por corantes, conduzida pelo professor e doutor Francisco das Chagas Marques, do IFGW (Instituto de Física Gleb Wataghin) da Unicamp.
“Muitas pesquisas realizadas terão resultados de longo prazo, mas os primeiros já começam a ser percebidos como artigo submetido pelo grupo e aprovado para apresentação no 8º Congresso Mundial de Conversão Fotovoltaica de Energia, previsto para setembro deste ano em Milão, na Itália”, revela.
O convênio com a Unicamp também contou com esforços do professor e pesquisador doutor Luiz Carlos Kretly, também da FEEC. Sua atuação esteve concentrada em circuitos integrados e desenvolvimento de técnicas avançadas de detecção de falhas em células fotovoltaicas.
“O processo é conhecido como reflectometria no domínio do tempo, TDR sigla em inglês, e permite determinar a localização precisa de defeitos em células ou em soldas nos módulos fotovoltaicos, detalha Kretly. O professor também sinaliza que a técnica pode ser útil na inspeção final ou mesmo durante a manufatura dos módulos fotovoltaicos”, comenta Kretly.
BYD inaugura linha de produção de módulos FV de alta potência no Brasil
O doutor em eletrônica, microeletrônica e optoeletrônica Hugo Alvarez, que integra o time de pesquisa e desenvolvimento da BYD, destaca a importância dessa relação com a universidade. “É um trabalho conjunto que possibilita, além de compreender os mecanismos de degradação de um módulo, auxiliar a homologação junto ao INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). Sem esquecer o impacto positivo para a ciência no Brasil”, completa ele.
Os resultados deste ano foram compartilhados pela primeira vez em workshop realizado em 30 de junho na BYD, que contou com a participação de docentes e estudantes da Unicamp. Um novo encontro é planejado em resultados positivos, com uma participação externa e aberta, priorizando a troca de conhecimentos entre todos.