Carros a combustão perdem espaço e 74 mi de VEs serão vendidos por ano até 2050

Wood Mackenzie aponta que só no 1º trimestre de 2021 as vendas de veículos elétricos tiveram alta de 66%
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Mais de 950 milhões de VEs (veículos elétricos) estarão nas estradas de todo o mundo nos próximos 30 anos, segundo estudo realizado pela consultoria britânica Wood Mackenzie. Para isso, a empresa estima que mais cerca de 74 milhões de unidades serão comercializadas por ano até 2050.

Só no primeiro trimestre de 2021, o relatório da consultoria apontou que as vendas dispararam para 550 mil, um aumento de 66% em relação ao mesmo período do ano passado. 

“As comercializações de VEs aumentaram em todas as principais regiões. Nossa previsão mostra que, em 2050, 54% dos VEs estarão nas estradas da APAC (Ásia-Pacífico), com a América do Norte e a Europa seguindo de perto, com 23% e 20%, respectivamente”, disse Ram Chandrasekaran, chefe de Transporte Rodoviário na Wood Mackenzie.

A participação de veículos elétricos no mercado também aumentou de 2,9% para 4,5% ano a ano. Segundo o especialista, este é um sinal extremamente positivo para as tendências de adoção. “Os VEs ultrapassarão as vendas e o estoque de ICEs (motores de combustão interna) tradicionais em 2033 e 2044, respectivamente”, ressaltou.

Para Adalberto Maluf, diretor de marketing e sustentabilidade da BYD, no que se refere a mobilidade elétrica, o mundo passa hoje por revolução muito mais rápida do que havia sido planejado.

“A aprovação do pacote verde europeu (conjunto de políticas e estratégias para conter o aquecimento global) fez com que as vendas na Europa saltassem de 3% em janeiro para, em média, 23% em dezembro do ano passado. A Alemanha, por exemplo, finalizou o ano com 27% das vendas de VEs”, comentou. 

Para se ter uma ideia, o executivo afirmou que o mundo atingiu, no ano passado, 10 milhões de carros elétricos comercializados. “A BYD celebrou 1 milhão de carros eletrificados vendidos, ou seja, vendemos 10% do mercado como um todo”.

“Com relação aos ônibus, o mundo chegou a 600 mil vendidos – o que corresponde que um terço dos ônibus comercializados já são elétricos. No caso da BYD, atingimos 15% de todo o market share desses veículos vendidos”, concluiu Maluf.

É o fim dos veículos a combustão?

O estudo Wood Mackenzie ainda apontou que os automóveis com motores de combustão interna estão em um declínio terminal, representando apenas 20% das vendas de carros novos até 2050.

A pesquisa indicou também que os países que representam mais de 50% das vendas globais de veículos expressaram sua intenção de ser neutros em carbono e eliminar os motores de combustão interna. 

“A China, líder em vendas de VEs, planeja eliminar os carros ICE tradicionais até 2035. Enquanto isso, quase todas as grandes montadoras definiram metas neutras em carbono, a maioria consolidando-se por volta de 2050”, enfatizou o analista. 

Em meio a este cenário, a Tesla lidera as vendas de automóveis 100% elétricos, com pouco mais de meio milhão comercializados em 2020. As montadoras GM (General Motors) e Volkswagen estão competindo pelo segundo lugar. 

Leia mais: Volkswagen começa produzir caminhão 100% elétrico no Brasil

Para o chefe de Transporte Rodoviário na Wood Mackenzie, quase metade do estoque global de ICE remanescente em 2050 estará na África, América Latina, Oriente Médio, Rússia e regiões do Cáspio – embora representem apenas 18% do estoque global de veículos.

Imagem de Mateus Badra
Mateus Badra
Jornalista graduado pela PUC-Campinas. Atuou como produtor, repórter e apresentador na TV Bandeirantes e no Metro Jornal. Acompanha o setor elétrico brasileiro desde 2020.

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