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RJ: abençoado por natureza para renovar suas fontes de energia

E o que vem sendo feito rumo a essa transição no Estado do Rio de Janeiro?
Canal Solar RJ abençoado por natureza para renovar suas fontes de energia
O Estado do Rio de Janeiro é abençoado por natureza em relação à presença de fontes renováveis. Foto: Divulgação

Embora o Estado do Rio de Janeiro, ao longo das últimas décadas, tenha se firmado na indústria de O&G (Óleo e Gás), e que essa indústria ainda representa para a economia fluminense uma importância estratégica, chegou a hora de pensar na mudança.

Estamos lidando com reservas finitas, diante de um chamado global: a transição energética está em curso, indo de vento em popa.

Como sinal de que o novo mercado focado em energia limpa floresce e já concentra atenções, temos alguns exemplos de empresas do setor de O&G investindo em fontes renováveis, com aquisições de ativos neste segmento (Equinor / Rio Energy, Total Energies / Casa dos Ventos, Shell / Prime Energia).

E isso não se resume a uma cartilha de práticas ESG. Essas empresas identificaram um mercado promissor onde ainda não consolidaram sua participação.

E têm plena ciência de que vão ficar frente a um impasse estratégico daqui a 15 anos, se não aproveitarem as oportunidades para se engatilharem agora em uma estratégia de diversificação em energias renováveis.

Pois mesmo que novas áreas de exploração surjam, é fato que as reservas desses campos também são finitas e os custos de exploração cada vez mais elevados. Esse é o ponto de partida para esta mudança no uso das energias fósseis para renováveis.

E o que vem sendo feito rumo a essa transição no Estado do Rio de Janeiro?

O histórico de sua situação econômica impediu que o Estado se posicionasse de forma estratégica, em setores que, nos próximos 25 anos, serão o motor do crescimento econômico.

Devido ao status de déficit fiscal, até o ano passado, o Estado do Rio de Janeiro estava impedido de conceder incentivos fiscais de longo prazo como a isenção de ICMS para compra de painéis solares, por exemplo, essencial para a competitividade do setor solar que instalou no nosso país mais de 33GW até o final de agosto de 2023.

Entendemos que seja uma opção estratégica do Estado do Rio de Janeiro se posicionar dizendo que não há recursos no curto prazo para apoiar a energia solar. Mas, outros estados têm outra visão.

Minas Gerais, por exemplo, onde o índice de insolação é um dos mais baixos no país, criou incentivos de ICMS desde o início para o segmento e, hoje, tem a segunda maior capacidade instalada de GD Solar no país com 3,1GW (13,4% do total) apenas após do estado de São Paulo.

O Estado do Rio de Janeiro é abençoado por natureza em relação à presença de fontes renováveis. Saímos ao ar livre na capital fluminense e vemos a praia, o mar, sentimos o vento forte.

Chega a ser assombroso o fato de o Rio de Janeiro estar classificado apenas na 10ª posição no ranking dos estados (potência instalada de 852 MW) na GD (Geração Distribuída) de energia solar, conforme dado divulgado pela ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica).

O Estado do Rio é apenas um exemplo. Existe uma disputa feroz entre os estados da Federação para atrair investimentos estrangeiros, especificamente num contexto de redistribuição geopolítica na escala mundial.

Os estados do Nordeste, por exemplo, após se aproveitarem dos bons ventos e do crescimento da energia eólica on-shore, estão agora se posicionando nos temas do hidrogênio verde e das eólicas offshore.

Cada estado tem sua própria vantagem competitiva e deve aproveitá-la da melhor forma possível. Além da abundância de incidência solar, o potencial para eólicas offshore aqui é expressivo. Há também um setor produtivo forte que pode utilizar projetos de retrofit energético como chave para reindustrialização verde e competitividade industrial.

Por fim, temos a absoluta certeza de que o Brasil de forma geral, e o estado do Rio de Janeiro em particular, tem todas as vantagens para assumir um papel de maior protagonismo no que diz respeito a transição energética, ainda mais num momento em que a nossa cidade maravilhosa de São Sebastiao de Rio de Janeiro vai sediar a cúpula do G-20 e o Energy Summit em 2024, sinal do que os olhos do mundo, de novo, estarão voltados para cá, atentos para os nossos rumos políticos e estratégicos.


As opiniões e informações expressas são de exclusiva responsabilidade do autor e não obrigatoriamente representam a posição oficial do Canal Solar.

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Aurélien Maudonnet
CEO da Helexia Brasil. Tem mais de 20 anos de experiência profissional, atuando há mais de 13 anos no setor de energia renovável. Possui MBA em gerenciamento internacional de negócios pela TRIUM (NYU Stern Nova York, HEC Paris, LSE Londres), em sua trajetória ocupou os cargos de CEO da Areva Renewable Brasil e CFO LATAM da Voltalia. À frente da Helexia, participa ativamente do debate sobre os cenários e caminhos da energia solar com um olhar jovem e apurado.

Uma resposta

  1. gostei muito, e é verdade morro no Rio de janeiro, já estou sentindo as mudanças a procura por áreas para energia fotovoltaica alimentaram, parabéns

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