RN, Bahia e Ceará terão o menor custo de produção de hidrogênio no Brasil

Estudo do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis mostrará o potencial da produção brasileira de H2V
o custo de produção no país é estimado entre 2 e 7 dólares por quilo de hidrogênio

O resultado preliminar de um estudo realizado pelo Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISN-ER) apontou o Rio Grande do Norte, a Bahia e o Ceará como os estados que potencialmente terão o menor custo de produção de hidrogênio verde no país.

“Dependendo do modelo de negócio adotado, o custo de produção no país é estimado entre 2 e 7 dólares por quilo de hidrogênio (produção em grandes escalas), enquanto na Europa, em razão de fatores como a guerra entre Rússia e Ucrânia, o preço do gás natural e a alta demanda, o valor pode superar atualmente 10 euros, dependendo da aplicação e da região (aproximadamente 10,76 dólares, considerando a cotação da moeda de 24/03)”, disse o pesquisador do ISI-ER, Raniere Rodrigues.

O pesquisador conversou com o Canal Solar e disse que o mercado internacional está de olho no nosso país, investindo em pesquisas para nortear as estratégias para avaliação desse hidrogênio. O estudo, em desenvolvimento no ISI-ER, em parceria com a agência alemã de cooperação internacional GIZ e a consultoria Niras, vai mostrar qual é o custo de produção do hidrogênio no Brasil até 2050.

“O que nós estamos fazendo no Brasil é um estudo para avaliar a capacidade de produção desse hidrogênio através da energia eólica, solar, hidráulica e biomassa. Com esse estudo a gente vai dar os potenciais por estado, apresentando geograficamente onde pode produzir, quanto pode produzir e o custo dessa produção.”

Segundo Raniere, os estados do Nordeste aparecem como as regiões mais promissoras nesse contexto, por custo e disponibilidade de áreas. “Mas uma coisa que vai influenciar bastante vai ser a infraestrutura de energia disponível, e a localização do mercado consumidor, quem vai atender. Isso vai ser estratégico.”

Completando 9 meses de pesquisa, o estudo terá sua versão final divulgada em abril. Até o momento, apenas dados preliminares foram compartilhados. O estudo foi dividido em duas partes: a primeira parte traz a capacidade produtiva e os custos de produção; a segunda, apresenta onde o hidrogênio se insere nas cadeias de produção industrial e transportes.

Segundo Rodrigues, apenas 4% do hidrogênio produzido no mundo vem da rota verde, ou seja, o hidrogênio obtido pela eletrólise. A grande justificativa é que o hidrogênio verde ainda não é competitivo com o hidrogênio cinza (rota do gás natural).

Os principais componentes que repercutem no custo do hidrogênio é o uso de energia e os investimentos em equipamentos (eletrolisador). “A gente espera que com os incentivos e os investimentos o preço do hidrogênio verde venha a cair.” É esperado que o custo do H2V caia 70% até 2030.

Imagem de Wagner Freire
Wagner Freire
Wagner Freire é jornalista graduado pela FMU. Atuou como repórter no Jornal da Energia, Canal Energia e Agência Estado. Cobre o setor elétrico desde 2011. Possui experiência na cobertura de eventos, como leilões de energia, convenções, palestras, feiras, congressos e seminários.

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