ONS reduz significativamente previsão de carga para janeiro

Novas estimativas apontam para uma variação de 9,1%, contra 11,1% da indicação anterior
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O ONS (Operador Nacional do Sistema) revisou para baixo a previsão de crescimento da carga de energia elétrica em janeiro.

No final de dezembro, o órgão estimou que a carga do (SIN) Sistema Interligado Nacional cresceria 11,1% no primeiro mês de 2024, alcançando 82.865 MWmed (megawatts-médios).

Na ocasião, o diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi, declarou por meio de nota que as perspectivas de temperaturas elevadas, acima da média para o verão, provavelmente exigiria o acionamento de termelétricas para atender os picos de consumo.

No entanto, na última sexta-feira (5/1) o órgão comunicou ao mercado que o avanço da carga em janeiro deverá ser menor, com variação de 9,1%, atingindo 81.377 MWmed. A explicação seria, em parte, resultado do desempenho econômico, pois houve uma desaceleração no crescimento do setor de serviços e a produção industrial caiu rapidamente no final de dezembro.

“Calor, chuva, temperatura, nível de afluência e atividade econômica são questões que podem afetar a previsão de carga. Dezembro é um mês atípico, com muitas comemorações e início de férias escolares. Estas questões impactaram na carga e ela desacelerou”, disse o ONS. “O PMO (Programa Mensal da Operação) consiste em uma previsão que é revista e atualizada semanalmente. É necessário aguardar o encerramento do mês para ter dados consolidados.”

“A expansão mais elevada é projetada para o subsistema Norte, com 12,1% (7.293 MWmed); seguido pelo Nordeste, com 10,7% (13.442 MWmed); o Sudeste/Centro-Oeste, com 10,6% (46.478 MWmed), e o Sul, com 1,7% (14.164 MWmed). Os números são comparações entre os possíveis resultados de janeiro de 2024 e o mesmo mês de 2023”, diz a nota publicada no site do ONS.

Na mesma nota, o ONS divulgou as indicações de ENA (Energia Natural Afluente), indicador que mede a quantidade de chuvas que chega aos rios e alimentam os reservatórios das hidrelétricas.

Como mais de 50% da eletricidade do Brasil é gerada por hidrelétricas, esse indicador é extremamente importante para sinalizar a capacidade de atendimento à demanda de energia do país.

Segundo a entidade, ainda que as indicações de ENA estejam abaixo da média para um período úmido (dezembro a abril), a revisão atual aponta para uma melhora das afluências em comparação com as estimativas apontadas no final de dezembro.

“O subsistema Sul deve registrar o percentual mais elevado, com 114% da Média de Longo Termo (MLT), quando, na semana passada, se esperava 81% da MLT ao final de janeiro. Para as demais regiões, a ENA ao final de janeiro deve chegar aos seguintes patamares: Norte, 75% (70%) da MLT; Sudeste/Centro-Oeste, 70% (68%) da MLT, e o Nordeste, 52% (51%) da MLT”, diz o ONS.

A MLT é a média histórica calculada com base na quantidade de chuvas que alimenta a vazão dos rios.


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Wagner Freire
Wagner Freire é jornalista graduado pela FMU. Atuou como repórter no Jornal da Energia, Canal Energia e Agência Estado. Cobre o setor elétrico desde 2011. Possui experiência na cobertura de eventos, como leilões de energia, convenções, palestras, feiras, congressos e seminários.

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