Deputados do Paraná encaminharão à ANEEL denúncia contra a Copel

Decisão foi tomada em audiência pública realizada na ALEP em meio as consecutivas quedas de energia no estado
Decisão foi tomada em audiência pública realizada na ALEP em meio as consecutivas quedas de energia no estado
A decisão foi tomada, nesta segunda-feira (18), em audiência pública. Foto:Orlando Kissner/Alep/Reprodução

Em colaboração com Henrique Hein

Deputados estaduais do Paraná encaminharão para a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) um relatório sobre as consecutivas quedas no fornecimento de energia elétrica no Estado e um pedido de providências em relação aos serviços prestados pela Copel (Companhia Paranaense de Energia).

A decisão foi tomada, nesta segunda-feira (18), em audiência pública realizada na Alep (Assembleia Legislativa do Paraná).

O documento também será enviado para outros órgãos, como o MPF (Ministério Público Federal), MP-PR (Ministério Público Estadual) e o TCE-PR (Tribunal de Contas).

Os parlamentares Luciana Rafagnin (PT), Arilson Chiorato (PT) e Anibelli Neto (MDB) tiveram a iniciativa de convocar a reunião, que esteve presente especialistas e representantes de entidades.

Na audiência, foram compartilhados dados e promovidos debates, com o objetivo de alinhar estratégias para tentar amenizar os problemas causados pela falta de energia junto à população.

Também foi defendido pelos parlamentares a necessidade de estabelecer uma DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) para a energia destinada às áreas rurais.

Os deputados ainda propuseram a implementação de um formulário para registrar queixas de danos, facilitando o processo de responsabilização criminal e ressarcimento por parte da distribuidora.

“Só no ano passado, a Copel recebeu mais de 28 mil pedidos de ressarcimento. Destes, apenas sete mil foram atendidos e o restante da população ficou sem esse atendimento”, citou a deputada Luciana Rafagnin.

Ranking das distribuidoras

Na última sexta-feira (15), a ANEEL divulgou uma análise sobre o desempenho das concessionárias no fornecimento de energia em 2023.

Além de pontuar que, em média, os consumidores brasileiros ficaram sem eletricidade por mais de 10 horas no ano passado, o relatório ainda elencou as concessionárias com os piores desempenhos no fornecimento de energia junto à população.

Entre as empresas de grande porte (400 mil UCs pra cima), a Copel foi classificada como a quinta pior do ano passado, atrás somente da Cemig (26ª), Neoenergia Brasília (27ª), CEEE (28ª) e Equatorial Goiás (29ª).

Nota da Copel

Em nota, a Copel questionou ranking divulgado pela ANEEL, afirmando que o mesmo é distorcido, pois “não elenca as distribuidoras pelo tempo médio sem energia durante o período observado por empresa distribuidora (2023), o chamado DEC, que é a Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora”, alegou a distribuidora.

“O que esse ranking da ANEEL propõe é uma comparação entre meta por distribuidora e desempenho alcançado ao fim do período observado em relação a essa meta, que é atribuída pela própria ANEEL e varia de uma empresa para outra. Ou seja, as metas não são as mesmas para todas as distribuidoras de energia, o que torna a comparação entre elas um exercício assimétrico”, ressaltou a Copel.

A concessionária alega também que na nota técnica da ANEEL, 13 empresas  supostamente colocadas à frente da Copel neste ranking da agência têm desempenho inferior ao da própria distribuidora paranaense, pois “possuem um DEC superior a 7,85 horas, ou seja, acima do DEC da companhia paranaense”.

“A meta da ANEEL para a Copel em 2023 era de 8,7 horas. Portanto, foi batida com folga. Dessa forma, o ranking da ANEEL induz a uma percepção equivocada da realidade no setor elétrico brasileiro, ao colocar à frente empresas que têm pior desempenho no critério mais importante para o cliente, que é o da oferta continuada de energia”, pontuou a distribuidora.

Segundo a Copel, as 13 empresas que teriam ficado à frente dela e teriam um desempenho pior seriam as seguintes: Equatorial Pará; Energisa Tocantins; Energisa Paraíba; Energisa Minas Rio; RGE; Energisa Mato Grosso; Energisa Mato Grosso do Sul;  Coelba; Celpe; Enel Ceará; Enel RJ; Equatorial Maranhão; e Celesc.

Falhas no fornecimento

Apesar das quedas constantes de energia, a situação não é uma exclusividade da Copel. Em todo o Brasil, várias distribuidoras de energia elétrica estão sendo intimadas por casas legislativas e órgãos públicos a darem explicações sobre seus atendimentos.

A área de fiscalização da ANEEL, por exemplo, acabou de solicitar à Enel-SP – empresa responsável pela distribuição de energia elétrica na capital paulista e na região metropolitana – explicação a respeito do apagão que interrompeu as operações do Aeroporto de Congonhas, na semana passada.

Nesta segunda (18), Higienópolis e bairros da região central da cidade também ficaram sem luz.

Vale lembrar que, recentemente, a Agência multou a Enel-SP em R$ 165 milhões por não ter prestado um serviço condizente com o esperado durante o apagão que deixou mais de 2,1 milhões de consumidores sem luz, em novembro de 2023.


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Imagem de Yvana Leitão
Yvana Leitão
Produtora do Podcast Papo Solar. Possui experiência produção e elaboração de matérias jornalísticas. Graduanda em jornalismo pela Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas.

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