O que é energia solar? Veja o guia completo sobre o assunto

Entender o que é energia solar é o primeiro passo para compreender por que essa fonte se tornou uma das mais importantes do Brasil e do mundo.

Com a popularização dos sistemas fotovoltaicos, milhões de consumidores já produzem a própria eletricidade de forma limpa e econômica.

Em 2025, o país ultrapassou 60 GW de potência solar instalada, segundo dados atualizados pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica). 

Esse avanço colocou o Brasil entre os três maiores mercados solares do planeta, impulsionado pela expansão da geração em telhados, fachadas e grandes usinas conectadas à rede.

Tudo isso acontece porque a energia solar combina economia, autonomia e sustentabilidade, transformando a maneira como residências, empresas e propriedades rurais consomem eletricidade.

Neste guia, você vai conferir: 

• O que é energia solar, como essa tecnologia funciona e seus tipos;
• Onde essa fonte pode ser aplicada no dia a dia;
• Quais são seus principais benefícios ambientais e econômicos;
• Os desafios do setor fotovoltaico no Brasil;
• Por que investir em energia solar é uma decisão estratégica para o futuro.

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O que é energia solar?

Energia solar é a energia proveniente da radiação do sol. Essa fonte limpa e renovável pode ser convertida em eletricidade por meio de painéis fotovoltaicos ou utilizada diretamente para aquecimento térmico de água, por exemplo.

O principal modelo de conversão elétrica é o sistema fotovoltaico, que transforma a luz solar em corrente elétrica por meio do efeito fotovoltaico.

Para que serve a energia solar?

A energia solar tem ampla aplicação em diferentes setores da economia e pode ser aproveitada de duas formas principais: fotovoltaica e térmica.

Energia solar fotovoltaica

A energia solar fotovoltaica converte a luz do sol em eletricidade por meio de módulos solares.

Ela é amplamente utilizada em residências, comércios, indústrias e propriedades rurais, com duas possibilidades de operação:

• Sistemas conectados à rede (on-grid), que compensam o consumo de energia elétrica da distribuidora.
• Sistemas com baterias (off-grid ou híbridos), usados para autonomia energética ou em locais sem acesso à rede pública.

Entre suas principais aplicações estão:

• Geração de eletricidade para consumo próprio.
• Redução de custos na conta de luz, substituindo parte ou toda a energia comprada da distribuidora.
• Fornecimento de energia em áreas remotas, como fazendas, comunidades isoladas e estações de telecomunicação.
• Sustentabilidade e valorização de imóveis, com menor emissão de gases de efeito estufa.

Energia solar térmica

Já a energia solar térmica aproveita o calor do sol para aquecimento de água em residências, hotéis, hospitais e academias.

O sistema utiliza coletores solares térmicos, que captam o calor e o transferem para reservatórios de água, reduzindo significativamente o uso de chuveiros elétricos e aquecedores a gás.

Essa aplicação é especialmente vantajosa em regiões com alta radiação solar e representa uma forma simples e eficiente de economizar energia elétrica.

Como funciona a energia fotovoltaica?

A energia fotovoltaica é gerada quando a luz do sol incide sobre os módulos solares, produzindo eletricidade em corrente contínua (CC).

Essa corrente passa por um inversor, que a converte em corrente alternada (CA), o tipo de energia usado em casas, comércios e indústrias, compatível com a rede elétrica convencional.

Existem dois modelos principais de sistemas fotovoltaicos:

• Geração distribuída: instalação em telhados, fachadas ou pequenos terrenos, conectada à rede elétrica local;
• Geração centralizada: grandes usinas solares, conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

Ambos os modelos ajudam a ampliar a capacidade de geração elétrica do Brasil. A escolha entre eles depende, sobretudo, do perfil de consumo, do tipo de projeto e das condições técnicas e econômicas do local.

Quais são os tipos de energia solar?

Existem três principais formas de aproveitar a energia solar: fotovoltaica, solar térmica e heliotérmica. Todas utilizam a luz ou o calor do sol como fonte, mas de maneiras diferentes. Entenda a seguir: 

1. Energia solar fotovoltaica

A energia fotovoltaica transforma diretamente a luz do sol em eletricidade. Isso acontece por meio de módulos solares compostos por células fotovoltaicas, que produzem energia elétrica em corrente contínua quando expostas à radiação solar.

Essa eletricidade é convertida em corrente alternada por um inversor, podendo alimentar residências, comércios, indústrias, fazendas e veículos elétricos. 

Aliás, esse é o tipo de energia solar mais utilizado no Brasil e no mundo, principalmente por sua versatilidade e baixo custo de operação.

2. Energia solar térmica

A energia solar térmica usa coletores solares para captar o calor do sol e aquecer um fluido, normalmente água. Esse fluido aquecido pode ser usado em chuveiros, piscinas, sistemas de aquecimento predial e processos industriais.

Trata-se de uma tecnologia simples e eficiente, que reduz o consumo de eletricidade e é bastante comum em residências, hotéis e hospitais.

3. Energia heliotérmica

A energia heliotérmica, também conhecida como energia solar de concentração (CSP, na sigla em inglês), utiliza espelhos ou lentes parabólicas para concentrar a luz solar em um único ponto, gerando altas temperaturas.

O calor concentrado aquece um fluido, que produz vapor e aciona turbinas para gerar eletricidade. Além de gerar energia em larga escala, a heliotérmica pode ser usada para armazenar calor, abastecer processos industriais e até dessalinizar água do mar.

Onde a energia solar pode ser aplicada?

A energia solar pode ser aplicada em casas, empresas, indústrias e cidades inteiras, gerando eletricidade, calor e soluções sustentáveis para o dia a dia.

No Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), já existem mais de 5 milhões de imóveis com sistemas solares, o que representa mais de 22% da capacidade instalada da matriz elétrica nacional.

As aplicações mais comuns da fonte solar são:

• Aquecimento solar de água em residências, hotéis, hospitais e piscinas;
• Dessalinização de água do mar em regiões com escassez hídrica;
• Bombas solares para irrigação e abastecimento rural;
• Luminárias públicas solares, que armazenam energia durante o dia e iluminam ruas à noite;
• Refrigeração e conservação de alimentos e vacinas em comunidades isoladas;
• Fogões e carregadores solares portáteis, usados em acampamentos e áreas remotas;
• Veículos elétricos com painéis solares, ainda em fase de testes e expansão no país.

No exterior, Dezhou, na província de Shandong, noroeste da China, é um exemplo de como essa fonte pode transformar cidades inteiras. Conhecida como a “Cidade Solar”, Dezhou abriga 5 milhões de habitantes e tem 98% de sua energia proveniente do sol. 

Segundo o Washington Post, o local é considerado a “versão de tecnologia limpa do Vale do Silício”, com o Solar Valley, um polo dedicado à inovação em energia solar.

No Brasil, esse movimento também começa a ganhar forma. Segundo Geraldo Silveira, engenheiro e especialista em sistemas fotovoltaicos, diversas cidades já utilizam a energia solar não apenas para gerar eletricidade, mas para promover lazer e bem-estar.

“Será cada vez mais comum vermos a fonte solar sendo aplicada para fins como esses ao longo dos próximos anos, devido à combinação de vantagens que ela oferece”, destaca o especialista, em matéria do Canal Solar. 

Esses exemplos mostram como a energia solar se consolida como uma solução limpa, acessível e presente no dia a dia. É um recurso que conecta inovação, sustentabilidade e qualidade de vida.

Quais são os benefícios da energia solar?

A energia solar fotovoltaica se consolidou como uma das principais alternativas para geração de eletricidade limpa e sustentável no Brasil e no mundo.

Além de promover economia na conta de energia, o uso dessa fonte fortalece o desenvolvimento econômico, impulsiona a inovação tecnológica e ajuda a mitigar os impactos ambientais da matriz elétrica.

Para o meio ambiente

A energia solar é uma fonte renovável, limpa e inesgotável. Diferente dos combustíveis fósseis, a geração fotovoltaica não emite gases de efeito estufa nem poluentes durante o processo de produção de eletricidade.

Esse tipo de energia contribui diretamente para reduzir o aquecimento global, melhorar a qualidade do ar e diminuir a pegada de carbono das atividades humanas.

Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o uso da energia solar no Brasil já evitou a emissão de mais de 66 milhões de toneladas de CO2 desde 2012, o que é equivalente ao plantio de mais de 470 milhões de árvores.

Além disso, o crescimento da energia solar tem ajudado o país a manter uma das matrizes elétricas mais limpas do mundo, com mais de 80% de geração a partir de fontes limpas.

Para as empresas

Empresas que adotam sistemas de energia solar ganham em competitividade e sustentabilidade. Os principais benefícios são: 

• Redução de custos operacionais;
• Previsibilidade nas despesas com energia;
• Valorização da imagem institucional;
• Alinhamento com critérios ESG (sigla para Environmental, Social and Governance, ou Ambiental, Social e Governança, em português).

Um exemplo de sucesso vem do município de São Desidério (BA), onde a Fazenda Dom Perignon implantou um sistema inteligente de irrigação que combina energia solar e térmica.

O projeto, desenvolvido pela empresa Loop, reduziu o consumo de diesel em 70% e gerou uma economia de mais de R$ 2 milhões em apenas uma safra de quatro meses.

Segundo Luvânio Lopes, CEO da Loop, a tecnologia aumentou a produtividade da soja de 40–60 para mais de 100 sacas por hectare, provando que a integração entre inovação e energia solar pode transformar a agricultura.

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Para os consumidores

Para quem instala energia solar em casa, a principal vantagem é a economia na conta de luz, que pode chegar a 95% de redução.

O investimento apresenta retorno médio entre 3 e 6 anos, enquanto a vida útil dos sistemas ultrapassa 25 anos.

Além da economia direta, o imóvel se valoriza no mercado e o consumidor passa a contar com mais autonomia energética, reduzindo a dependência da rede pública e os impactos de reajustes tarifários.

Saiba mais: Energia solar em apartamento: como funciona, vantagens e mais

Quais são os principais desafios da energia solar no brasil?

Apesar do crescimento expressivo da energia solar no país, que já conta com mais de 60 GW de potência instalada, o setor ainda enfrenta barreiras regulatórias, operacionais e financeiras que limitam seu avanço.

Segundo a Absolar, o ritmo de expansão poderia ser ainda maior se não houvesse cancelamentos de projetos pelas distribuidoras e falta de ressarcimento aos empreendedores pelos cortes de geração renovável. 

Esse cenário afeta principalmente as grandes usinas solares, que convivem com insegurança jurídica e maior percepção de risco, em razão da ausência de regras claras de compensação definidas pela Aneel.

Entre os principais desafios atuais da energia solar no Brasil estão:

• Burocracia e regulação: os processos de conexão à rede elétrica ainda são lentos e variam entre distribuidoras. A Aneel e a Absolar discutem revisões nas normas para reduzir a insegurança de investidores e consumidores.
• Entraves técnicos na geração distribuída: pequenos sistemas enfrentam dificuldades de conexão sob alegações de inversão de fluxo de potência, muitas vezes sem estudos técnicos que comprovem sobrecargas reais na rede.
• Financiamento e acesso ao crédito: embora existam linhas específicas, muitos consumidores ainda encontram entraves para financiar sistemas fotovoltaicos, especialmente em projetos de menor porte e nas regiões Norte e Nordeste.
• Capacitação técnica: a demanda por profissionais qualificados cresce rapidamente, mas em algumas regiões há escassez de mão de obra especializada.
• Infraestrutura da rede elétrica: em áreas remotas ou com rede antiga, o sistema elétrico ainda não está preparado para o volume crescente de geração distribuída.

A Absolar defende a aprovação do Programa Renda Básica Energética (Rebe) e a atualização da Lei 14.300/2022 (que criou o Marco Legal da Microgeração e Minigeração Distribuída) como medidas fundamentais para garantir segurança jurídica e acelerar o crescimento sustentável do setor.

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FAQ: perguntas frequentes sobre energia solar

A seguir, respondemos às perguntas mais comuns sobre o que é energia solar para ajudar você a entender melhor como funciona essa tecnologia e por que ela é um excelente investimento:

Quanto é possível economizar na conta de luz usando energia solar?

Com um sistema bem dimensionado, é possível reduzir em até 95% o valor da conta de luz. A economia exata depende do consumo, localização do imóvel e características do sistema instalado.

A energia solar funciona em dias nublados ou chuvosos?

Sim. Mesmo com menor intensidade solar, os painéis fotovoltaicos continuam gerando energia em dias nublados ou chuvosos, embora com menor eficiência. A produção pode cair, mas não chega a parar completamente.

O sistema de energia fotovoltaica funciona à noite?

Não. Durante a noite, como não há incidência solar, os painéis fotovoltaicos não produzem energia elétrica.

No entanto, existem formas de continuar utilizando eletricidade proveniente do sistema solar nesse período:

• Em sistemas conectados à rede (on-grid), o consumidor utiliza a energia compensada pela geração excedente durante o dia. Ou seja, a eletricidade injetada na rede é transformada em créditos energéticos que podem ser consumidos à noite.
• Em sistemas com baterias (off-grid ou híbridos), o excedente de energia gerado durante o dia é armazenado e utilizado à noite ou em momentos de falta de energia da distribuidora.

Assim, mesmo sem sol, é possível garantir autonomia energética e continuidade no fornecimento, dependendo do tipo de sistema instalado.

Qual é o tempo de retorno do investimento em energia solar?

O retorno médio de um sistema fotovoltaico residencial varia entre 3 e 6 anos. Após esse período, o sistema continua funcionando com baixa manutenção e gerando economia por mais de 25 anos.

Os painéis solares precisam de manutenção?

Sim, mas é mínima. A principal recomendação é a limpeza periódica das placas (principalmente em regiões com muita poeira ou poluição) e uma inspeção técnica anual para garantir o bom funcionamento de todos os componentes.

É possível zerar a conta de luz?

Sim, é possível zerar a parcela de consumo da conta. Porém, taxas mínimas e encargos como a tarifa de disponibilidade continuarão sendo cobrados pelas distribuidoras, mesmo com saldo positivo de energia.

A energia solar aumenta o valor do imóvel?

Sim. Imóveis com sistemas solares fotovoltaicos são mais valorizados no mercado. Além da sustentabilidade, oferecem economia de longo prazo, o que é um atrativo importante para compradores.

Qual é a potência da energia solar?

A potência de um sistema fotovoltaico varia de acordo com o projeto e a necessidade de consumo. No Brasil, já ultrapassamos a marca de 60 GW de potência instalada, somando geração centralizada e distribuída.

A energia solar é uma fonte primária ou secundária de energia?

A energia solar é considerada uma fonte primária de energia, porque deriva diretamente da radiação solar, que é uma fonte natural, renovável e abundante. 

É convertida diretamente em energia elétrica pelos painéis fotovoltaicos, sem necessidade de transformação prévia.

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Conclusão

Entender o que é energia solar ajuda a perceber por que essa fonte deixou de ser apenas mais uma alternativa e passou a ocupar posição central na matriz elétrica brasileira.

Com mais de 60 GW de potência instalada, avanços tecnológicos e benefícios ambientais, o setor fotovoltaico se consolidou como um dos pilares do desenvolvimento sustentável no país.

Para residências, empresas, propriedades rurais e órgãos públicos, a adoção dessa fonte significa economia na conta de luz, autonomia energética e redução de impactos ambientais.

Apesar dos desafios regulatórios e de infraestrutura, o crescimento do setor segue em ritmo acelerado. A expansão da energia solar mostra que o Brasil está preparado para liderar a transição energética limpa na América Latina.

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